DO SENTIDO DADO AOS PASSOS, AOS PASSOS QUE NOS CONSENTIMOS DAR... JAMAIS OS MESMOS DEPOIS DE TRILHAR O DESERTO BRANCO

01
Fev 07
A situação que comentei aqui, como a que se segue, são indesejáveis.
A primeira é, pelo menos em termos das leis da Natureza, e salva melhor opinião, mais aberrante do que a segunda.
A segunda, de acordo com as condições e os valores sociais e económicos que vigoram nas nossas sociedades, deveria ser evitada.
Acredito que, muito mais, através de uma acção profilática (educação, apoio económico e integração social, seguimento médico, maior controle familiar - que permita evitar abusos sexuais de parentes -, ...) do que através da liberalização do aborto até às dez semanas.
Caso contrário as Sandras Rijo (e a mãe, bisavó aos 42 anos) e as Tatianas vão continuar a proliferar; apenas as Anas Catarinas, com a conivência da lei (porque a Educação é Estrutura e o Aborto é Acontecimento, e a Conjuntura é a que se sabe) não chegarão a Ser.

A notícia que tirei daqui é:

Tatiana, mãe com apenas 12 anos, vive o pesadelo de não ser aceite pela sociedade por ter assumido a maternidade na infância. A mãe, Sandra Rijo, explicou ao CM que a adolescente teme mesmo regressar à escola. A família, com sérias dificuldades económicas, nunca criticou ou castigou a menor e lamenta que Tatiana seja obrigada a ouvir “coisas que ninguém gosta”.

Na sequência da gravidez precoce de Tatiana, a adolescente e a bebé, Ana Catarina, são acompanhadas pela Comissão de Protecção de Menores de Sintra Ocidental, pela Ajuda de Mãe, na Damaia, e por uma assistente social de Mira-Sintra. Sandra Rijo explicou que esta última informou a família de que perante os fracos rendimentos poderá beneficiar de uma ajuda para a renda de casa nos primeiros três meses, mas que a habitação não pode exceder a renda de 400 euros. “Por este valor tenho muita dificuldade em encontrar uma casa para a minha família de seis pessoas. Sou eu o meu marido, os meus três filhos – Soraia de 16 anos, deficiente; Tatiana 13 anos e Telmo de quatro anos – e a minha neta Ana Catarina”, precisou. “Vivemos apenas com o ordenado do meu marido, servente de pedreiro que recebe 525 euros”, explicou a mãe da adolescente, que critica ter de esperar dois anos para receber o Rendimento Social de Inserção.O núcleo familiar de seis pessoas viveu até meio do mês num apartamento no Bairro da Cavaleira (Algueirão) no concelho de Sintra. Contudo, segundo explicou Sandra Rijo, “um desentendimento com a senhoria” obrigou a família a ter de sair de casa e, numa situação provisória, a ter de viver com uma irmã em Ouressa – no mesmo concelho – numa habitação onde vivem já oito pessoas.Tatiana começou a ter relações sexuais aos onze anos. A mãe contou que a adolescente teve dois namorados. “Quando ficou grávida, a Tatiana disse ao último namorado que era o pai e que ele, então com 18 anos, teria de perfilhar a bebé e que se não o fizesse seria obrigada a requerer o teste de paternidade”, explicou Sandra Rijo.“O pai da minha neta aceitou de imediato perfilhar a criança. Ana Catarina nasceu em Agosto. Em Setembro o rapaz foi então perfilhá-la”, acrescentou Sandra Rijo, que adiantou nunca ter sido realizado o teste de paternidade.A mãe da adolescente explicou que a bebé sempre foi muito desejada pela família e que Tatiana é uma mãe muito atenta, apesar de ser muito nova. “No Hospital Amadora-Sintra, onde foi acompanhada durante a gravidez, até me disseram que foi a mãe mais nova no hospital e ouvi também que é a segunda mãe mais nova da União Europeia.”
“GRAVIDEZ NÃO É VERGONHA”
A avó da Catarina não critica nem pensa castigar a filha por ter tido uma gravidez precoce. “Avisei-a muito sobre os cuidados que deveria ter, mas ela não me ouviu”, referiu, recordando de seguida que também ela foi mãe solteira com 14 anos e também a sua mãe foi mãe aos 16 anos.“Gravidez não é vergonha”, disse Sandra Rijo, mas reconhece que para a filha “não tem sido fácil ter sido mãe tão nova”. “As pessoas fazem comentários negativos e criam-se histórias sobre ela ter tido dois namorados”, adiantou.“A menina está de tal maneira fragilizada que me disse que não quer voltar, no segundo período, à Escola António Sérgio, no Cacém, onde frequenta o 5.º ano”. Ela tem o seu grupo de amigas, mas teme não ser bem aceite pelos restantes alunos da escola, apesar do excelente acompanhamento que tem tido pela directora Elisabete Figueiredo”, referiu. “O mesmo acontece a todos nós na família. Ainda quarta-feira a minha mãe, que é cozinheira em São Domingos de Rana, telefonou-me enervada porque ouviu as pessoas a falarem baixinho sobre a neta”, disse.
É FREQUENTE HAVER MÃES MENORES
No Hospital Amadora-Sintra é considerado normal receber jovens adolescentes, de 12 ou 13 anos, grávidas. Helena Almeida, médica pediatra da unidade hospitalar, explicou ao CM que todas elas são acompanhadas pelas assistência social do Amadora-Sintra durante e após internamento. “Não é raro recebermos casos de menores grávidas”, afirmou, dando conta de que “todas as menores recebem acompanhamento da assistente social”. Mesmo quando têm alta, acrescenta a pediatra, as adolescentes continuam a ser acompanhadas pela acção social “pelo centro de saúde ou pelo próprio hospital”. Nas situações em que são detectados maus tratos, o hospital comunica ao tribunal de menores ou à comissão de protecção de menores.
MENINAS FEITAS PROTITUTAS
As dificuldade económicas e a exclusão social acabam por arrastar algumas adolescentes para caminhos sinuosos. Em Julho, duas meninas com 12 e 14 anos – uma de origem africana, outra branca – foram encontradas numa discoteca clandestina, em Rio de Mouro (Sintra), a prostituírem-se. Na altura, a mais nova confessou ao CM que tinha fugido de casa, na Amadora, porque a mãe não queria saber dela. A mais velha, que vivia em casa dos pais nos arredores do Cacém, seria alegadamente vítima de maus tratos por parte dos familiares, revelou fonte da GNR. Depois do sucedido, as duas adolescentes foram encaminhadas para a Casa da Luz, instituição particular de Lisboa que apoia menores em risco, local onde as saídas são muito controladas.
PENA DE PRISÃO ATÉ AOS DEZ ANOS
De acordo com os números 1 e 2 do artigo 172.º do Código Penal, que contempla o abuso sexual de crianças, o pai de Catarina, então com 18 anos, pode incorrer numa pena de prisão de três a dez anos. Lê-se no primeiro ponto do referido artigo que “quem praticar acto sexual de relevo com ou sem consentimento em menor de 14 anos ou o levar a praticá-lo consigo ou com outra pessoa é punido com pena de prisão de um a oito anos”. Por sua vez, no número 2, “se o agente tiver cópula, coito anal ou coito oral com menor de 14 anos é punido com pena de prisão de três a dez anos”. Esta informação foi dada pela Comissão de Protecção de Menores de Sintra à mãe de Tatiana. “A comissão disse-me era crime. Mas como o pai aceitou perfilhar a bebé e ficou demonstrado que a minha filha gostava muito dele, penso que o caso não deu origem a nenhum processo em Tribunal”, explicou Sandra Rijo ao CM.
ENFERMEIROS DEVEM INFORMAR
Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, estranha a actuação do Centro de Saúde de Albarraque, que recusou o pedido de Sandra Rijo, mãe de Tatiana, para a filha ser seguida na consulta de planeamento familiar. De acordo com Sandra Rijo, uma enfermeira terá respondido que Tatiana era demasiado nova para começar a tomar a pílula e para ser acompanhada.“A enfermeira disse-me que não se justificava ter consultas de planeamento familiar numa miúda de onze anos”, contou a mãe da menor ao CM, acrescentando: “Como sabia que a minha filha tinha relações sexuais, decidi, por iniciativa própria, comprar-lhe a pílula, mas ela esquecia-se às vezes.”Perante a versão de Sandra Rijo, Guadalupe Simões é de opinião que não terá sido dada a informação mais correcta à família.“A idade não é razão suficiente para não ter apoio no planeamento familiar”, explicou, afirmando que “o enfermeiro tem a responsabilidade e a preocupação de responder em função das características familiares e do meio em que estão inseridos”. “O enfermeiro deveria ter recolhido informação sobre a família e sobre a criança em causa e, então, disponibilizar os métodos contraceptivos em função do início da actividade social da criança”, sublinhou.A enfermeira acrescentou ainda que, nas visitas a escolas localizadas em bairros considerados problemáticos, faz parte dessas iniciativas abordar a questão da sexualidade nos adolescentes. “Quando um enfermeiro se desloca às escolas, dentro do Programa Saúde Escolar, faz parte das suas atribuições informar as crianças e jovens adolescentes sobre estas questões”, concluiu.
MAIS NÚMEROS
- 23 raparigas em cada mil têm uma gravidez precoce. Entre as principais causas estão os factores socioeconóminos, os abusos sexuais e a violência doméstica.
- 15,6% é a taxa de mães adolescentes em Portugal. O valor faz de Portugal o segundo país com maior taxa na União Europeia, apenas superado pelo Reino Unido.
- 5519 nascimentos registados em 2005 são fruto de mães adolescentes, segundo os dados do INE. As jovens tinham idades entre os 13 e 19 anos.
- 33% das adolescentes portuguesas já usaram a pílula do dia seguinte. E uma em cada seis tem uma vida sexual activa, sem usar qualquer contraceptivo.
- 100 milhões de mulheres em todo o Mundo, que estão em idade fértil, tomam a pílula. Em Portugal, 60 por cento das mulheres e jovens toma a pílula.
PRIMEIRA RELAÇÃO
Cerca de 22,7 por cento dos jovens entre o 8.º e 10.º anos assumem já ter iniciado a sua vida sexual
PRESERVATIVO
Os jovens tendem a usar mais o preservativo. Ainda assim, 18,9% admite não o ter usado na sua última relação
CASOS DE VIH/SIDA
Há 60 mil infectados com VIH/sida em Portugal, muitos associados a comportamentos de risco entre jovens
EDUCAÇÃO SEXUAL
Até Julho de 2007 todas as escolas do Básico e Secundário deverão ter programas de Educação Sexual
15 MIL CRIANÇAS
Existem cerca de 15 180 crianças e adolescentes a viver em instituições sociais. A maioria não é adoptada
ABANDONADOS
O Instituto da Segurança Social calcula que 2177 crianças foram abandonadas pelos pais em 2005
BERÇÁRIOS
A Segurança Social pondera criar berçários nas maternidades para abandonados. Esta medida é contestada
INSERÇÃO SOCIAL
Cerca de 268 mil pessoas beneficiam do Rendimento Social de Inserção. Um custo de 170 milhões de euros
E porque a prática do aborto é, para a Mulher, traumática em termos psicológicos como físicos (quer seja feito de forma ilegal ou legal), meus senhores (governantes do nosso país) gastem menos, não dêem tantos tachos a fetos abortados ao fim de nove meses, façam menos passeatas demagógicas com gastos milionários, arregacem as mangas e invistam o vosso tempo e o nosso dinheiro a gizar e construir condições que acabem com o drama, que sob qualquer forma, é o Aborto!
publicado por fpg às 15:47

Rafael G.
publicado por fpg às 14:55

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É lindo!
É prático!
É meu!
publicado por fpg às 14:48

Veneza, Setembro 2001

A esperança
tem penas
e empoleira-se na alma
a cantar a melodia
mas sem dizer as palavras,
e o canto nunca pára...
Emily Dickinson

Zhongdien, Abril 2006

Misóginos tacanhos!
publicado por fpg às 12:36

Quem muito fala pouco acerta.

publicado por fpg às 12:34

Fiquei a saber, mais tarde, que a velhinha entrou por engano num autocarro que ía de Macau até Coloane. Depois de a ter deixado com os polícias foi levada ao médico e devolvida à família.
publicado por fpg às 12:25

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