DO SENTIDO DADO AOS PASSOS, AOS PASSOS QUE NOS CONSENTIMOS DAR... JAMAIS OS MESMOS DEPOIS DE TRILHAR O DESERTO BRANCO

13
Jan 09

 

 

Um fedor sufucante. Verdadeiramente horroroso.

Só no final soube que espalham amoníaco para afastar as cobras!

publicado por fpg às 15:33

Apesar de me terem dito que não valia a pena, nada como avaliarmos por nós próprios.

Porque para muitos as pirâmides de Giza foram uma decepção e para mim foram um encantamento.

Por isso resolvi entrar e viver a experiência de caminhar naqueles corredores a pique, claustrofóbicos e malcheirosos...

Se valeu a pena? Não me arrependo.

E senti-me feliz por só ter um metro e cinquenta e seis!

 

publicado por fpg às 15:06

25
Nov 08
Enquanto não consigo colocar aqui no blog tudo o que ainda tenho sobre o Egipto, entre filmes e fotografias (porque o sistema do meu telefone é incompatível com os que o Sapo Vídeos aceita e porque ainda não percebo nada de edição das muitas horas que gravei, com a máquina de vídeo especialmente comprada para o efeito), aproveito para trazer à luz as fotografias que ainda faltavam da Grécia...
publicado por fpg às 02:33

23
Out 08

 

 

publicado por fpg às 17:11

22
Out 08

Será possível?

Não sei o que se passa comigo ou, melhor, sei bem demais, mas é de tal modo insólito que me sinto atónita...

Será que podemos apaixonar-nos (com um Amor daqueles que nos perturba o sono, nos faz felizes, nos faz sonhar, nos dá vontade de reviver momentos inesquecíveis) por um deserto?!

Não, não fiquei apanhada pelo clima porque o calor não era abrasador...

Será que nas várias formas de que a Natureza se reveste também podemos ter uma alma-gémea?

 

 

Gosto muito do mar, fiquei deslumbrada, extasiada mesmo, com algumas das paisagens do Tibet, mas o Deserto Branco invadiu-me o coração e não deixou nenhum cantinho vazio. E nem estamos em fase de cheias do Nilo...

Só sinto que tenho de lá voltar.

Não me canso de olhar as fotografias que como que trazem mel para dentro de mim.

Tenho saudades daquela comunhão silenciosa, daquelas dezenas de quilómetros de deslumbramento em que, a cada passo, o olhar descobria uma nova beleza.

 

 

Tudo o que recordo faz com que a respiração no meu peito nunca mais tenha sido igual desde o dia em que parti.

Tenho saudades.

Tantas que provocam dor.

Só quem lá esteve poderá compreender o que sinto.

*Théodore Monod, um homem que viveu o Deserto como poucos, testemunhou em "A Esmeralda dos Garamantes"/L' Émeraude des Garamanthes:

 

 "Não, não é agradável [...] os salpicos da regurgitação do camelo, a comichão da carraça nas calças, a água salobra, a comida com areia, as noites ventosas. Os desconfortos desta vida são muitos.[...]
A paragem do meio-dia é tórrida? Este vento diabólico? [...] Não te queixes. Suporta. Tem paciência. Cerra os dentes. A vingança virá mais cedo ou mais tarde.
De resto conheço-te bem. Quando ela vier, essa vingança tão esperada, quando te deitares, saciado, com iguarias delicadas que não te estalaram sob os dentes, saciado com uma água incolor, sem pêlos de bode, numa cama de sibarita, sob um tecto, no quente, então, em vez de saboreares de forma duradoura a tua felicidade, muito rapidamente, assim que o grande cansaço das tuas caminhadas solitárias estiver esquecido, então começas a sentir falta das tuas rudes etapas, dos teus pés escalavrados, dos teus lábios gretados, dos teus sonos enroscado sob as estrelas.

E, na primeira oportunidade, tal como eu, voltas a partir..."


 

Non, ce n' est pas agréable [...] les éclaboussures de régurgitat camelin, le rostre de la tique dans ta culotte, l' eau saumâtre, les gruaux sablés, les nuits venteuses. Les désagréments de cette vie sont copieux. [...]
La halte méridienne est torride? Ce vent diabolique? [...] Ne te plains pas. Supporte. Patiente. Serre les dents. La revanche, tôt ou tard, viendra.
D' ailleurs, je te connais bien. Quand elle sera venue, cette vengeance tant esperée, quand tu coucheras, rassasié de mets délicats qui n' auront pas craqué sous la dent, désaltéré d' une eau incolore, sans poils de bouc, dans un lit de sybarite, sous un toit, au chaud, alors, au lieu de savourer durablement cette félicité, très vite, dès que la grosse fatigue de tes marches solitaires sera oubliée, alors tu te prendras à regretter tes rudes étapes, tes pieds écorchés, tes lèvres éclatées, tes sommeils recroquevillé sous les étoiles.
Et, à la premiére occasion, comme moi, tu repartiras...

 

 
 
E eu nem tive muito frio, não fiquei com os pés em ferida...
Tenho é a alma em ferida.
Não queria ter saído de lá...
 
 

 

*Tirado de Mochila às Costas 


19
Out 08


publicado por fpg às 16:48

18
Out 08

O mais belo e imponente de todos os túmulos que vi no Vale dos Reis.


17
Out 08

Na prática, foram o primeiro monumento que vi ao vivo, a caminho do Vale dos Reis.

O dia ainda despontava, refazia-me da seca à entrada da ponte, os balões emolduravam o céu e resolvi aproveitar o não estarem mais turistas no local para fazer as minhas fotografias à vontade.

publicado por fpg às 03:30

16
Out 08

De volta a casa, após ter vivido as melhores férias da minha vida, estou com cabeça e coração completamente inundados de Egipto e Deserto Branco, como se o Nilo mos tivesse invadido de enxurrada à qual fiquei passivamente a assistir, sem esborçar qualquer movimento de resistência.

É estranho... ao chegar à Grécia o deslumbramento foi, de imediato, absoluto!

Como já disse algures, senti como que um retorno ao ventre materno, uma identificação total com os locais, os cheiros, a luminosidade, a beleza dos monumentos...

No Egipto tal não aconteceu.

Acho que o estado de choque em que fiquei com a quantidade desmesurada de turistas em que constantemente tropeçava, me impediu de me render...

E nem era época alta.

A imagem que tive foi a de uma baleia a desovar, mas partindo-se do pressuposto que ela estaria cheia de ovas do tamanho das das espécies de peixes pequenos.

Pois, as baleias não desovam, não são peixes...

Era gente por todos os lados; gente preocupada em posar em frente aos monumentos, nos sítios... não sinceramente interessada em vê-los. É, olhavam-nos mas não os viam, nem os sentiam.

Passavam neles com tal velocidade que, em comparação, a  "rapidinha à coelho", parecia uma maratona.

Isto aconteceu principalmente em Luxor, o meu porto de chegada. Em Edfu e em Kom Ombo.

A partir de Assuão começou a esbater-se; em Abu Simbel o panorama não foi desesperante.

No Cairo, felizmente, também não, apesar de se entrar em semana final de Ramadão.

Em Alexandria, poucas pessoas estariam dentro de casa... O fim do jejum, da abstinência, transformaram as ruas num quase carnaval.

E depois de tudo isto, veio a paz indescrítivel do Deserto Branco.

Eu sabia que não iria ficar-lhe indiferente.

Mais jamais pensei que o efeito fosse este...

Senti-me transportada para outra dimensão, para um espaço algures não no mundo.

Nunca na vida senti nada assim.

Vagas de paz, de tranquilidade, de comunhão com aquela beleza única continuam, ainda, a rolar dentro de mim.

O Deserto é único.

Uma experiência inesquecível.

Agora, sei por onde começar:

Por Luxor, pelo Vale dos Reis, pelo dia 21 de Setembro, cerca das 5h30 da madrugada.

 


15
Out 08

O passo consentido tomou um outro rumo.

Em casa nova, a partir de hoje, por um caminho que após as férias de sonho que tive no Egipto, terá matizes e sons diferentes... quentes e silenciosos, como as vertiginosas torrentes de paz que, naqueles dias, me inundaram e fizeram rodopiar num torpor de Felicidade. 

publicado por fpg às 16:31

01
Out 08

Foi à procura dele que vim.
Hoje encontrei-o.
30.09.2008

publicado por fpg às 02:46

25
Ago 08
Depois de garantidos os lugares no cruzeiro Luxor-Assuão, a bordo do Moon Goddess da Sonesta, da caminhada a pé e de camelo pelo Deserto Branco, da viagem Hong Kong-Bahrain-Cairo (a pagantes, porque com as milhas da Asia Miles a coisa nunca mais estava resolvida), hoje foi a vez de marcar o hotel em Luxor e a passagem Cairo-Luxor, logo após a chegada ao Egipto.
Serão 3 semanas que terei de levar muito bem preparadas para não ter "amargos de boca".
Que isto de ir sozinha para o Egipto vai ser maravilhoso (ninguém vai ser melgado por causa das minhas fotografias, nem eu vou ser apressada por outros - espero!), mas já me avisaram que há destinos mais simpáticos para mulheres que viajam sem companhia.
Paciência!
Foram demasiados anos a sonhar com este destino (geográfico).
Chegou a altura de concretizar o sonho!
publicado por fpg às 20:30

21
Dez 06

Nas duas últimas noites vi no Discovery Channel a cobertura que fizeram sobre o andamento da pesquisa arqueológica no túmulo KV 63, descoberto no Vale dos Reis no final de 2005/início de 2006, apenas a c. de 60 metros do túmulo de Tutankamon.

Prefiro, de longe, a leitura à televisão.
De vez em quando lá faço um esforço e mantenho acesa a caixa de imagens em movimento, para além do período normal do dia - o noticiário local e o de Portugal, transmitido em directo ou diferido.

Sei que há estações televisivas que apresentam programas interessantes. Mas o problema é que a maior parte tem aquele cunho infernal dos americanos, com a irritante maneira de falar - "Well, you know Mike, is really fabulous blábláblá" ........ "You're totally rigth, Fiona is a very scaring situation, blábláblá" -, sempre sensacionalista, para o qual não tenho pachorra. Na verdade não é só uma questão de pachorra; fico mesmo irritada e "à beira de um ataque de nervos", com aquelas descrições dos acidentes, das tragédias, graças ao autismo narcisista que os caracteriza. Para além disso, acresce os infernais intervalos quase tão extensos como cada parte do programa.

Mas a paixão que tenho pela história do Egipto, como pela da Grécia, de Roma, das muitas civilizações antigas, enfim... por História, levou-me a ficar "agarrada" à televisão.

Apesar do teste aos nervos (será que eles acham que quem está a ver o programa sofre de alzheimer e por isso repetem a mesma coisa um sem número de vezes, bem como as imagens a que se referem?), segui a reportagem com inegável interesse:


Imensos vasos selados e 7 sarcófagos, inexplicavelmente cobertos com uma resina negra que tapou toda e qualquer inscrição reveladora da identidade das pessoas a quem se destinavam.
Nenhum continha a respectiva múmia; no entanto pelo extilo artístico utilizado foi possível datá-los como sendo da XVIII dinastia, ou seja, dos Amen-hotep/Amenófis, de Akhenaton (o faraó herético que cortou com o politeísmo dos sacerdotes tebanos, que mudou a capital para uma nova cidade Tell el-Amarna), de Tutankamon (Tut) - talvez o mais falado faraó de todos os que governaram o Egipto não pelas grandes obras/feitos que realizou (não teve tempo para isso), antes porque o seu túmulo foi descoberto intacto, em 1922. Foi também a dinastia das grandes esposas reais Ti, Nefertiti, Ankhsenamon.


A peça mais valiosa encontrada foi um minúsculo sarcófago para bebé revestido a folha de ouro.


Até ao momento em que as pesquisas foram suspensas em Julho, terminou a estação arqueológica, ainda não tinha sido descoberta a destinatária - as opiniões de que era para uma mulher são quase unânimes.

Seria para Kiya, esposa menor de Akhenaton, a mãe de Tut? Para a sua avó Ti?
Graças aos acontecimentos anteriores e posteriores à sua morte, não é de crer que fosse para Ankhsenamon, a mulher de Tut, filha da grande esposa real Nefertiti.

Segundo alguns historiados, esta foi sempre fiel à religião monoteísta criada pelo pai Akhenaton, e tudo tentou para garantir que o mesmo sucederia com o seu marido e meio-irmão.
Os defensores da tese de assassinato de Tut acreditam que este teria sido orquestrado por influência dos membros do clero tebano, conluiados com personagens influentes e ambiciosas como Ay (nobre, intendente dos carros reais, uma posição de grande prestígio que manteve durante o reinado de Tutankhamon) ou Horemheb (militar de alta patente), que acabariam por ver os seus intuitos realizados, dado que ambos foram faraós. Aliás a XVIII dinastia terminou com Horemheb.
Após a morte do marido, Ankhsena teria ainda tentado casar com um príncipe hitita, para assegurar herdeiros, mas este foi assassinado e a rainha acabou por casar com o velho Ay. Crê-se que terá sido morta ou obrigada a suicidar-se por nunca ter aceite a "nova ordem".
Assim sendo, porque se casou segunda vez e porque acabou condenada não deve ter sido enterrada no Vale dos Reis.


Aguardemos o recomeçar das pesquisas, a análise de todos os imensos e preciosos artefactos encontrados, de flores a restos de papiros, de almofadas a linho da melhor qualidade, de jóias a pedaços de carne, de vegetais como o alho a peças de cerâmica...; pode ser que um dia, este segredo com 3000 anos possa ser desvendado.

Para maior riqueza da história da humanidade e como recompensa para o esforço de todos os que integram a equipa de pesquisa e que diligente e pacientemente se entregaram a este projecto - seria um túmulo que foi transformado em arrecadação de materiais funerários? a quem se destinava? onde está a família de Tut?


Para mim, a mais valia da presença dos elementos do Discovery Channel é o facto de se poder estar "por dentro" da equipa de peritos, acompanhar o rigor e precaução com que tudo é preparado, executado e analisado. Destaco o trabalho de Nadia Lukma, Chefe de Conservação, que teve a seu cargo fortalecer a madeira dos sarcófagos, de modo a que estes pudessem ser abertos, transportados sem que se reduzissem a pó...



http://dsc.discovery.com/convergence/egyptkv63/egyptkv63.html
Em http://msnbc.msn.com/id/12990529/ pode ser lida uma entrevista do director da investigação Otto Schaden.


 
publicado por fpg às 09:57

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