DO SENTIDO DADO AOS PASSOS, AOS PASSOS QUE NOS CONSENTIMOS DAR... JAMAIS OS MESMOS DEPOIS DE TRILHAR O DESERTO BRANCO

29
Jan 09

 

Yanni no Teatro de Dionísio, Acrópole, Atenas.

Um cenário milenar, uma música que nos apazigua.

publicado por fpg às 15:44

Sabe quem me conhece que sou um bocado esquisita.

Melhor dizendo, selectiva, de acordo com as necessidades do meu organismo (o pior é ele necessitar tanto de gelados Häagen-Dazs, que o novo Maracujá-Manga é duma pessoa perder o tino...), pelo que se sinto necessidade de comer iogurte como iogurte, se ele pede sopa de cenoura com abóbora e tomate, faz-se sopa de cenoura com abóbora e tomate, se são lulas estufadas são são lulas estufadas, se é bife com esparregado lá sai um bife com esparregado e patatipatata.

Mas lá fruta é que ele não pede muito, não senhora.

Para colmatar esse lapso, compro laranjas em doses industriais e bebo sumo.

Adoro sumo de laranja.

De há uns tempos a esta parte, comecei a ficar com pena das cascas (OK, está bem, sou assim porque há muitos anos durante a representação de uma parábola na igreja em Paço de Arcos tive que desempenhar dois papéis na mesma peça, e quando estava a trocar a roupa de rica pela roupa de pobre sentei-me numa cadeira que voou comigo por umas escadas abaixo e eu aterrei com a cabeça na esquina duma mesa e fiquei desmaiada; acordaram-me à bofetada, acabaram de me vestir e fui fazer o final da peça - para além de pobre parecia bêbeda...). Ora, como estava a dizer, comecei a ficar com pena das cascas, de as deitar fora sem lhes dar outro uso, sem as reciclar.

Como o tempo estava bastante seco, resolvi começar a secar as cascas que depois logo se veria.

Há cerca de duas semanas descobri a solução: experimentar fazer doce. Nunca comi, não sei se existe, não vou comer (só gosto de laranja natural, de bolo de laranja ou de torta de laranja), mas logo se vê.

Procurei na internet.

Encontrei uma receita, vi que era possível e entrei em plena criatividade.

Já fiz doce de casca de laranja com canela, doce de casca de laranja com canela e chá de príncipe e doce de casca de laranja com hortelã.

Quem provou, aprovou!

Abençoado trambolhão pelas escadas (mesmo tendo eu virado ateia...).


acabaram-se as dores no pescoço, as dores nos pulsos, as talas imobilizadoras dos movimentos polegares/pulsos, as sessões de fisioterapia e de terapia ocupacional...

Foram necessários não meses mas anos para que aceitasse o que o fisiatra há muito me dizia - o excesso de leitura era o responsável pelos meus problemas de saúde.

Agora, ao escrever sobre o assunto, interrogo-me se o meu prazer de ler seria um passatempo ou um vício/compulsão.

Na prática acho que era a minha forma de passar o tempo.

Não tenho muita paciência para séries televisivas.

Cada vez menos.

Nunca consegui ver um episódio inteiro (nem meio) de Friends, Sienfield, etc.

Detesto as séries gravadas ao vivo em que a audiência se manifesta de acordo com a exibição de cartazes "rir", "gargalhar", "chorar", "sorrir", bater palmas", "chiar", "bater com os pés", "vomitar, despir, ficar nú" (se os mandarem).

Não quer isto dizer que não siga uma ou outra que ache interessante, normalmente as de cariz histórico ou algumas policiais mas que têm que ser verosímeis, e outras como Allie MacBeal e Sex and the City.

No caso destas últimas vi as primeiras séries mas depois perdi a paciência pois aquilo começa a arrastar-se, fica estilo "nem o pai morre nem a gente almoça", a arranjarem assunto para mais episódios, que já não têm nem a graça, nem o interesse, nem a expontaneidade dos primeiros.

Por isso prefiro os livros.

Mas, como disse, em 2008, li muito menos.

Para passar o tempo, depois de ter visto "A Casa das Sete Mulheres" pelo You Tube (porque começou enquanto eu estava de férias na abençoada Grécia), vi também "Duas Caras", "Beleza Pura", "A Favorita", e estou a acompanhar "Mulheres Apaixonadas", "As Três Irmãs" e "Caminho das Índias"!

Pois é!

Converti-me às telenovelas brasileiras!

Delicio-me com as músicas.

Deslumbro-me com os desempenhos de alguns actores/actrizes, porque são simplesmente es-pe-cta-cu-la-res!

E em Português! Estou farta dos enlatados em inglês.

Também gosto do facto de em todas serem abordadas diversas temáticas polémicas e pertinentes da realidade brasileira contemporânea e, em alguns casos, da realidade mundial.

Este sistema de ver as telenovelas de enfiada faz-me lembrar um capítulo de "Mulherzinhas" em que a Jo trabalha como dama-de-companhia em casa de uma senhora idosa e tem de ler-lhe livros em voz alta...

O computador é a minha Jo: vai-me contanto as histórias, em Português, em vez dos pulsos dói-me o cóccix (porque o tenho no colo horas a fio...) e fico com os calcanhares dormentes, mas pelo menos, até ver, não tenho de fazer fisioterapia.

E não deixei de ler.

 


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